O Pulp Fiction traz a Cia. de Teatro e Dança Pós- Contemporânea d'Improvizzo Gang com o espetáculo Ophélia, com texto de Paulo Michelotto, Pollyanna Monteiro e William Shakespeare.
Ophélia é namorada de Hamlet e futura rainha da Dinamarca.
Este seria o seu destino.
Mas nem sempre o destino consegue voar até nós, não é mesmo?
Quarta- feira, 02 de maio, às18:30h
Teatro Milton Baccarelli/ CAC/ UFPE
Entrada gratuita
Realização: DIG/ LAC/ PROEXT
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sábado, 28 de abril de 2012
sábado, 17 de dezembro de 2011
Crítica sobre Ophélia/ Wellington Júnior
Uma fé inabalável na quintessência do pó
Hoje no dia de Ceça falarei sobre o espetáculo Ophélia da Cia. de Teatro e Dança Pós-contemporânea d´Improviso Gang que se apresentou na excelente programação da V Mostra Capiba de Teatro. E hoje decidi colocar os dez mandamentos para assistirmos e analisarmos o espetáculo dessa encantadora companhia.1. SER HUMANO. Perguntaram-me uma vez se eu preferia o teatro ou um ser humano. Eu respondi que escolheria o humano, mas em sua melhor tradução – no teatro, nas artes. A obra de arte consegue ver o ser humano em suas diversas traduções. O trabalho de Paulo Michelotto e Pollyanna Monteiro compreende o humano e amplia os sentidos de transformação.
2. SER TEATRO. A dramaturgia fantástica do espetáculo é puramente e simplesmente teatro. Pois concentra seu desejo de ação no maior fenômeno – o encontro.
3. SER VIVO. A construção da atuação de Pollyanna é através da presentificação do jogo. Um sistema de ator engrenado a partir do grau zero da escrita cênica – apenas e belamente estar ali em jogo.
4. SER POESIA. A escrita espetacular é plena de imagens poéticas, de diálogos com o vazio como um hai-kai. A Cia. elabora uma encenação performativa que nos faz entrar na alma da teatralidade. Cada elemento é muito bem cuidado. A iluminação de Cleison Ramos é de uma sensibilidade perfeita.
5. SER ENCONTROS. O espectador é o elemento central desse trabalho, pois é ele que constrói as relações do hoje na encenação, informando sempre que estamos ali num grande ritual sobre nós mesmos.
6. SER EXPLOSÃO. O espetáculo explode o texto do Shakespeare e mostra o que esse fantástico autor sempre desejou escrever. Comparo essa dramaturgia michelottiana com a dramaturgia de João Denys em Encruzilhada Hamlet e percebo que as duas excelentes construções conseguem ampliar e aprofundar o diálogo entre as ações do texto shakespereano e a cena contemporânea – através de uma proposta performativa. Pois as duas são pura explosão - atentados poéticos.
7. SER PERIFÉRICO. O olhar da montagem é um pensamento sobre os seres periféricos e suas construções estéticas. Assumidamente estamos na vassalagem. E a forma é também periférica – pois não quer produzir uma verdade e sim tensionar desejos.
8. SER AMOR. É um trabalho apaixonante. "O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação" (Shakespeare). A imagem em ação nos faz apaixonados nessa montagem. "Faço discretamente coisas loucas; sou a única testemunha da minha loucura. O que o amor descobre em mim, é a energia. Tudo que faço tem um sentido (posso então viver, sem me queixar), mas esse sentido é uma finalidade inatingível: é somente o sentido da minha força"(Roland Barthes).
9. SER MICHELOTTO. Não posso deixar de assumir aqui a profunda admiração que tenho pelo grande homem de teatro – Paulo Michelotto. Ele é um transformador, um inquieto, um ariano. E esse espetáculo é um casamento perfeito.
10. SER EU/SER PÓ. Esse texto sou eu. Um apaixonado pelo humano e pelo pó. Sou assim sempre querendo ver muitos teatros; e estar sempre feliz e surpreso com cada gesto no teatro. Pois a crítica é o pó. Nós somos o pó. Um beijo. Cada coisa que fazemos é plena de vazio e desejo. E aqui me despeço dizendo:
qui est là.
07 de dezembro de 2011Por Wellington Júnior
Crítica sobre Ophélia/ Bruno Siqueira
A poesia e a graça de Ophélia
Fazia muito tempo que não me envolvia tanto com um espetáculo recifense como ocorreu em Ophélia, da Cia. de teatro e dança pós-contemporânea d’Improvizzo Gang, apresentado na V Mostra Capiba de Teatro nesta quarta-feira. Paulo Michelotto, que assina a dramaturgia, o design de cena, corpo, voz, maquiagem e a trilha musical, é, por acaso, meu colega de departamento no curso de Licenciatura em Teatro, da UFPE. Meu colega, meu próximo. Como não tinha antes parado para olhar com mais atenção seu trabalho artístico, Michelotto? Perdoe-me o delay.Ophélia é um espetáculo que firma suas raízes na nossa contemporaneidade. A começar pela dramaturgia. O tão montado, citado e copiado Hamlet, do canônico William Shakespeare, serviu de inspiração ao dramaturgo, particularmente a personagem Ofélia.
A narrativa, em off, cita um trecho da fala da Rainha, quando relata a morte por afogamento da personagem Ofélia. O espectador adentra ainda mais na atmosfera poética da cena. É no final dessa narrativa que vai surgindo Ofélia, lânguida, vaporosa e belamente interpretada por Pollyanna Monteiro, a qual atravessa o espaço do público cantando uma canção num fio de voz, quase sofejante. O espaço do teatro Capiba se encontra tomado por uma fumaça perfumada. Sem bem o perceber, o espectador já está imerso na própria cena.
O texto de Michelotto tem três páginas e os 60 minutos do espetáculo são compostos de muita improvisação a partir da matriz. Pollyanna Monteiro irradia beleza e jovialidade na sua personagem. Além disso, demonstra um domínio da cena e do público como poucos atores que tentam empreender esse gênero de teatro. O plateia fica nas suas mãos, de forma que assente em participar do espetáculo sempre que por ela é solicitada.
Michelotto se relaciona com o texto de Shakespeare pelo viés da paródia. Toda a performatividade da atriz se estabelece pelo diálogo entre a poesia shakespeareana e o discurso prosaico e crítico da contemporaneidade, o que nos permite ver com clareza como encenador e atriz leem o mito a partir do nosso olhar histórico.
O conceito da encenação se centra na juventude que emana da personagem-título. A juventude que é bela, que está perdida num caos político, que é frágil, que é ousada, que é fugaz... que é fugaz... que é fugaz...No entanto, a cena não mergulha na melancolia. Pelo contrário, celebra a juventude de forma poética e bem humorada. Bastante humorada.
Aliás, o mérito maior de Michelotto foi não se fechar na tragicidade do drama shakespeareano ou expressar uma suposta seriedade que a tradição imputa a Shakespeare. O dramaturgo/encenador soube dosar aspectos dramáticos com aspectos cômicos, este, sim, um procedimento muito mais próximo do teatro de Shakespeare. A sensação que ficou para mim é que o espetáculo Ophélia me aproximou muito mais do bardo inglês do que outros espetáculos que partiram de seus textos.
Teatro como arte, teatro como celebração, teatro como um compartilhar de experiência, teatro como poesia, teatro como espaço para discussões. Eis os qualificativos que identifico no trabalho da Cia. de teatro e dança pós-contemporânea d’Improvizzo Gang. Parabéns ao grupo!
07 de dezembro de 2011
Por Bruno Siqueira
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Ophélia na V Mostra Capiba de Teatro
Venha conhecer a versão de Ophélia para tudo o que aconteceu no Reino da Dinamarca.
A Cia. Teatro e Dança Pós- Contemporânea assina essa montagem, com texto de William Shakespeare, Paulo Michelotto e Pollyanna Monteiro, já há quatro anos em cartaz.
Ophélia, em única apresentação, na V Mostra Capiba de Teatro, no Sesc Casa Amarela, quarta- feira, 07 de dezembro, às 20h. Os ingressos estão por R$10,00 e R$5,00.
A Cia. Teatro e Dança Pós- Contemporânea assina essa montagem, com texto de William Shakespeare, Paulo Michelotto e Pollyanna Monteiro, já há quatro anos em cartaz.
Ophélia, em única apresentação, na V Mostra Capiba de Teatro, no Sesc Casa Amarela, quarta- feira, 07 de dezembro, às 20h. Os ingressos estão por R$10,00 e R$5,00.
"Se o homem não sabe o que ele deixa ao partir, que diferença faz o instante que ele parte?"
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Ophélia na V Mostra Capiba de Teatro
"Existe a providência divina até mesmo na queda de um pardal.
Se não for agora, será depois, se não for depois será agora, e, se não for agora, então será depois. Estar pronto é tudo. Se o homem não sabe o que ele deixa ao partir, que diferença faz o momento em que ele parte."
Quando Ophélia leva esse pardal para o filósofo e músico Coveiro, inicia- se a nossa peça e o seu fim.
"O resto é silêncio."
Ophélia estará entre os espetáculos da V Mostra Capiba de Teatro, que ocorre todo ano no Teatro Capiba, no Sesc Casa Amarela, no próximo dia 07 de dezembro, às 20h.
Contamos com sua presença!!!
Contamos com sua presença!!!
Ficha Técnica:
Texto: Paulo Michelotto, Pollyanna Monteiro & William Shakespeare
Elenco: Pollyanna Monteiro, Evandro de Mesquita Diles & o Público
Design de cena, corpo, voz e maquiagem: Paulo Michelotto & Pollyanna Monteiro
Design de moda: Ilza Marie, Paulo Michelotto e Pollyanna Monteiro
Design de luz: Cleison Ramos
Operação de luz: César Jeansen
Operação de luz: César Jeansen
Trilha musical: Tema de Ophélia (Paulo Michelotto)
Fodder in her wings (Nina Simone, versão: Paulo Michelotto)
The fresh failure/ Let the sunshine in (Mac Dermont, Ragni & Rado)
Duração: 50'
Produção: Cia. de Teatro e Dança Pós- Contemporânea d'Improvizzo Gang
Realização: Sesc Casa Amarela/ Recife- PE
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