Sinopse
"Não foram poucas as vezes em que vi a piedade enganar-se"
Até onde você iria para conseguir
a piedade de alguém?
Até onde você iria por pena de
alguém?
Cidadela passeia entre esses dois polos,
criando um jogo entre a necessidade de pedir e a necessidade de dar, num
esquema de retro- alimentação, enredando ações, espaços e tempos em círculos
viciosos.
Dramaturgicamente, usamos as
quatro estações para situar e ritmar essa dança-teatro-butoh-performance
em respeito a nossa linha filosófica de liberdade pós- contemporânea,
acompanhada pela música improvisada seguindo as nuances das passagens do tempo-
espaço da cena.
Coreografar é escrever com o
coro/público ( koreuon grafein, coreo/grafia). Performance
é a execução pública desta escritura. A d´Improvizzo Gang re-escreve junto com
o público apenas o primeiro parágrafo da primeira página de Citadelle, último livro do Saint-Exupéry.
Nosso Cidadela grava um duplo texto: a
inscrição das posições sociais nos corpos das pessoas, e o texto forte, poético
e filosófico sobre as relações humanas de Saint-Exupéry em Citadelle . Coreografar Saint-Éxupéry
é repensar com nosso público/coro as imagens que a sociedade grafa, risca ,
inscreve por sobre corpos que se querem mutilados.
Do tribal ao contemporâneo, os homens escrevem sua identidade própria
sobre seus corpos. O texto de Saint-Éxupéry nos solicita a fazer uma
inscrição de negatividade: a do corpo
que se anula em auto-piedade, dos
corpos que buscam reconhecimento pela sua exposição negativa, pela
miserabilidade, auto-comiseração, misericórdia e um sem número de outras pedras
com que construímos erradamente as nossas defesas humanas, nossas cidadelas.
Saint-Exupéry em Citadelle fez uma re-escritura de Assim falou Zaratustra de
Nietzsche, Pink Floyd fez a primeira versão performática de Cidadela em The Wall.
Nós seguimos a mesma trilha performática.
A trilha musical é composta de
papel jornal, sacos plásticos & viola, violão ou/ e violino, com a participação especial de músicos convidados, como Daniel Albuquerque, Daniel Matos e Felipe Vianna.
ONDE SE DEU ISSO
A estréia de Cidadela foi em 2005, em Metz,
na França, pelo Faux Mouvement, na
programação de l´Année du Brésil en France.
Logo depois, nas Galléries EOF, em Paris, dentro do evento Açucar
Invertido.
Aqui no Brasil, foi feita no Hall do Centro de Artes e
Comunicação da UFPE, no Centro de Convenções da UFPE e no Teatro
Milton Baccarelli & no The Pulp Fiction Project e no Teatro Hermilo Borba Filho.
Ficha Técnica
Texto: Antoine
de Saint- Exupéry
Adaptação e Coreografia: Paulo Michelotto e
Pollyanna Monteiro
Performer:
Pollyanna
Monteiro
Composição e execução musical: Músico convidado, Paulo Michelotto,
Pollyanna
Monteiro & Público
Figurino e maquiagem: Pollyanna Monteiro
Cenografia:
Paulo
Michelotto
Iluminação:
Cleison
Ramos
Fotografia:
©Cláudyo
Motta & © Fabiana Alexandre
Tempo: 40’
Produção:
Cia de Teatro e Dança Pós- Contemporânea d'Improvizzo Gang®